O Processo Criativo e a Saúde.

Acredito que todos nascemos com um propósito na vida, um destino que é direcionado por um conteúdo também inconsciente.
Chamamos isso de talentos, dons e recursos internos.
Esta vocação que nos acompanha desde nossa planta original, isto é, ao nascer, está inscrita nos oráculos naturais, tais como: no mapa astrológico, na íris, nas palmas das mãos, nos pés e nos traços fisionômicos do rosto.
A vocação nada mais é do que nosso núcleo criativo, nossa Criatividade que significa a atividade do Criador através de nós, seres também divinos.

Em suma, quando não despertamos esta divindade, esta herança espiritual que está em nós, não sabemos quais são nossos talentos, portanto, facilmente tendemos a desviar nossa rota original e então ficamos em desarmonia e/ou doentes.
Esse núcleo criativo tem um anseio que nos conduz pela vida.
Ele traz em si um chamado, uma paixão que sentimos ao efetuarmos grandes realizações, ou seja, nossa missão.
Queremos cumpri-la.
É para isto que viemos ao mundo.

"Sabemos que a palavra pecado em grego Hamartia quer dizer "errar o alvo", visar algo e não atingi-lo.
Assim, o pecado é antes de tudo uma doença do desejo, uma desorientação da sua "mira".
A infelicidade do homem, a causa de todas as doenças, dirão mais tarde os Padres do Deserto, é esquecer o ser.
O sofrimento é recalcar esse desejo essencial do ser.
Assim para os terapeutas, a cura psíquica está ligada ao conhecimento metafísico.
Nada é grave, se não se perde a consciência do ser que é". Leloup, 1996.
Quando desconhecemos e/ou bloqueamos as energias criativas que brotam a partir do centro do nosso ser, geramos sofrimento, inquietação, desarmonia e doenças.

"Se você de fato se descobriu doente prepare-se para mudar e espere que o seu anseio mais profundo venha à luz e seja realizado.
Creio que a melhor maneira de começar a encontrar o significado de sua doença é perguntar a si: Pelo que tenho ansiado e ainda não consegui realizar em minha vida?" (Brennan, 1999).
É como afirma a filosofia do Jin Shin Jyutsu: Se você quer mudar sua vida, mude a sua mente! Ou seja, a consciência de si mesmo.
A doença, então, resulta do ocultamento e da perda de vínculo com uma parte de nós mesmos.
Curar portanto é lembrar de quem realmente somos e voltar a nos ligar ao nosso âmago (Quinta profundidade - elevar nossa herança espiritual).

Aqui se esclarece bem o papel do terapeuta que para mim se identifica com as idéias dos terapeutas de Alexandria, ou seja: aquele que cuida do corpo, das imagens que habitam sua alma, cuida dos deuses (arquétipos), cuida da ética, isto é, tem um papel ontológico no qual vigia o seu desejo afim de se ajustar ao destino e ao propósito que fixou para si, mostrando-lhes quando se desvia da própria rota original.
Eu pessoalmente gosto de desenvolver esse papel com base no conhecimento que traz a mandala astrológica e quando não a tenho em mãos a escuta da história pessoal e a leitura do corpo me conduz ao Ser total.

Resumindo, este é um processo terapêutico altamente transformador que inclui o desbloqueio das energias que estão atuando para impedir que visualizemos nosso ser tal como é em sua originalidade.
Encontrar nossa criatividade é identificar a atividade do Criador em nós, de uma maneira única e original.
O Jin Shin Jyutsu é para mim um presente revelador que legitima os meus estudos de muitos anos e para o qual sou eternamente grata.